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Outubro 16, 2025

Real Federação Espanhola de Automobilismo dá razão a José Barros após incidente na jornada da Porsche Sprint Challenge Ibérica disputada em Navarra

  • Desentendimento com piloto da mesma competição não foi penalizado em pista pelo Colégio de Comissários Desportivos, prejudicando a verdade desportiva.
  • José Barros contestou a decisão e voltou a não ser bem-sucedido, sendo forçado a recorrer ao Comité de Apelo e Disciplina onde o seu caso foi acolhido.
  • A decisão final verteu a favor do piloto português que viu ser reposta a verdade desportiva num acórdão arrasador.

José Barros é um jovem piloto de créditos firmados no desporto motorizado português e já com destaque além-fronteiras, nomeadamente, em competições disputadas em solo espanhol. Em 2025, José Barros está a disputar a Porsche Sprint Challenge Ibérica aos comandos de um Porsche 992 GT3 Cup preparado pela AF & VMotorsport.

O seu estatuto como piloto colocou-o na categoria ProAM da competição organizada pela P21 Motorsport. Os resultados apurados até ao momento – desconhecendo-se, ainda, quais as classificações finais das três provas disputadas em Navarra – permitem a José Barros estar na luta pela vitória na competição.

Porém, alguns resultados apurados pelo piloto português foram condicionados pela conduta pouco desportiva de alguns pilotos, tendo o nível de condescendência transbordado na jornada disputada em Navarra.

Alejandro Barambio, piloto espanhol, numa manobra absolutamente irracional e perigosa, encostou o seu Porsche ao 992 GT3 Cup de José Barros e empurrou-o até ao muro numa situação perigosíssima que poderia ter acabado num acidente violento para ambos. 

Naturalmente que José Barros fez questão de protestar junto dos Comissários Desportivos e do Diretor de Prova que, perante evidência em vídeo e de forma absolutamente incompreensível, decidiram que nada de ilegal se havia passado.

Seguiu-se o apelo para a Real Federação Espanhola de Automobilismo (RFEDA) que, numa primeira instância, decidiu rejeitar o apelo. Foi então que José Barros decidiu apelar à mais alta instância da RFEDA, o Comité de Apelação e Disciplina.

Perante toda a ampla prova fornecida pelo piloto e depois do inquérito feito pelo Comité de Apelo e Disciplina ao Diretor de Prova e ao presidente do Colégio de Comissários Desportivos, a RFEDA decidiu dar provimento à queixa de José Barros, repondo a verdade desportiva.

Porém, o mais chocante foi ler o acórdão final e descobrir que o Presidente do Colégio de Comissários não sabia onde estava escrito que alguém que passe por fora de pista tem de devolver a posição. Perante a prova em vídeo, disse, em sede de inquérito, que a trajetória do veículo nº22 (Alejandro Barambio) “era estranha” e que ficou surpreendido com essa trajetória, “mas como não houve travagens fortes ou toques”, assumiu que foi apenas uma tentativa de ganhar posição!

Este é apenas um dos muitos erros de facto cometidos pelo Colégio de Comissários Desportivos, e provados pelo Comité de Apelação e Disciplina da Real Federação de Espanha de Automobilismo.

Cujo acórdão diz, e passamos a citar, “fica evidente que o Colégio de Comissários Desportivos incorreu em diversos erros na hora de valorar as manobras alvo deste apelo face à regulamentação aplicável. Assim determina que: sim, houve infração de limite de pista; esta infração permitiu que o piloto do carro nº22 ganhasse vantagem significativa sobre o piloto do carro nº77 (José Barros) de uma forma que contraria a regulamentação vigente.”

Mais, ficou provado que Alejandro Barambio, uma vez ganha a posição, ilegalmente, conduziu “inexplicavelmente de forma errática realizando uma manobra de obstrução ao piloto do carro nº77, empurrando-o contra o muro de forma antidesportiva, podendo ter provocado um acidente grave. Assim, prejudicou José Barros na sua corrida.”

A frase final diz tudo e deixa claro a inabilidade do Colégio de Comissários Desportivos. Neste sentido,“o Comité considera que Alejandro Barambio infringiu” vários artigos do regulamento desportivo da Porsche Sprint Challenge Ibérica.

A justiça desportiva do Comité de Apelação e Disciplina da Real Federação Espanhola de Automobilismo cumpriu a sua função e deu razão à argumentação e às provas apresentadas por José Barros. Foi, assim, reposta a verdade desportiva!

José Barros – “Desde que iniciei a minha carreira no automobilismo que me pautei por princípios muito claros de respeito pelos outros pilotos em pista e pelo escrupuloso cumprimento dos regulamentos. O que estava a suceder com este piloto ameaçava passar daquilo que é uma refrega em pista na luta por posição para uma agressão em pista que poderia ter consequências terríveis. Esta situação em Navarra foi a gota de água que fez transbordar o copo e perante a inoperância dos Comissários e do Diretor de Prova, fui forçado a recorrer à mais alta instância da RFEDA. Fiquei horrorizado quando percebi que o Colégio de Comissários Desportivos cometeu erros infantis causados por desconhecimento das regras. Como é que isto é possível?! A verdade desportiva foi reposta, o respeito pelas regras também. Falta agora saber como ficará a classificação após Navarra com as necessárias correções que deverão ser feitas à luz desta decisão da Comissão de Apelação e Disciplina da RFEDA. Seja como for, estou pronto para a próxima jornada da Porsche Sprint Challenge Ibérica que se realiza em novembro no Circuito Angel Nieto Jerez.”