Veloso Motorsport com fim de semana aziago no arranque do Campeonato de Portugal de Velocidade 2025

• Após um fim de semana demasiado conturbado por culpa alheia, a Veloso Motorsport saiu da primeira ronda do Campeonato de Portugal de Velocidade, realizada no Algarve de mãos vazias. 

• Patrick Cunha e Jorge Rodrigues não conseguiram mais que um 5º posto na categoria GT4 Pro-Bronze na segunda corrida depois de vários incidentes.

• Luís Calheiros e Paulo Macedo também não tiveram a sorte do seu lado e só fizeram uma volta em corrida, enquanto José Posser também não fez mais que uma corrida.

A Veloso Motorsport conheceu o sabor amargo do proverbial azar das corridas de automóveis, com um fim de semana para esquecer na estreia do Campeonato de Portugal de Velocidade 2025. Partindo com ambições e três carros (dois Porsche 718 Cayman GT4 e um Porsche 997 GT3 Cup), a formação liderada por Luís Veloso foi acometida por um azar incomensurável.

A história da participação da Veloso Motorsport no Iberian Racing Festival Algarve conta-se rapidamente e com demasiados incidentes causados pela anormalmente grande lista de inscritos. Aliás, Luís Veloso, aproveitando a sua longa experiência como piloto e chefe de equipa, fez sentir ao promotor do Campeonato de Portugal de Velocidade a sua opinião sobre o que sucedeu no Autódromo Internacional do Algarve.

“Infelizmente aconteceu aquilo que tinha previsto: tantos carros em pista e com níveis de andamento absurdamente dispares acabou por prejudicar todos. Não houve a oportunidade de fazer uma volta limpa nos testes e na sessão de treinos livres, feitas com todos os carros em pista. E mesmo dividindo a grelha, houve situações graves que redundaram em acidentes devido à tal disparidade de andamentos. Fui piloto e sou agora responsável pela Veloso Motorsport e posso dizer que admitindo que possa ser muito interessante para o promotor ter grelhas com quatro dezenas de carros, é um pesadelo para os pilotos que querem lutar pelas primeiras posições e, inevitavelmente, acabamos com situações como a que sucedeu com os meus pilotos. Que chegaram aqui com justificadas ambições e em duas corridas viram todos os objetivos espalhados pela pista com demasiados toques. Do meu lado, fiquei com três carros bastante danificados e apenas um cumpriu uma corrida inteira. O azar é inquestionável, mas não explica muito do que sucedeu no Algarve e dei nota disso ao promotor da competição.”

Mudando de carro e de categoria, a dupla Patrick Cunha e Jorge Rodrigues apresentou-se no Algarve com um Porsche 718 Cayman RS GT4 e inscritos na categoria GT4 Pro-Bronze. Tudo começou a correr mal com os testes privados e a sessão de treino livre a serem feitas com quase 50 carros em pista e com andamentos absurdamente díspares.

Patrick Cunha não conseguiu fazer uma volta limpa e para adicionar insulto à desgraça, envolveu-se num toque com um piloto mais lento acabando por danificar a direção do Porsche 718 Cayman RS GT4. A Veloso Motorsport atirou-se ao trabalho, recuperou o carro, mas a caixa de direção ficou afetada e pior ficou com novo desentendimento com outro piloto no treino livre. Na qualificação foi difícil para os pilotos pelo que o resultado foi um 14º lugar (4º dos GT4 Pro-Bronze) para a grelha da primeira corrida e um 12º posto (7º dos GT4 Pro-Bronze).

Abalroado por um adversário logo na primeira volta da primeira corrida, Jorge Rodrigues acabou fora de prova. Um duro golpe nas aspirações da dupla bicampeã de Portugal de Velocidade categoria GT4 Bronze. Mas foi um incidente que voltou a destacar a qualidade dos técnicos da Veloso Motorsport. E a verdade é que o Posche 718 Cayman GT4 esteva na grelha de partida para a segunda manga. Mesmo não tendo o carro a 100% devido à caixa de direção, Patrick Cunha fez uma extraordinária corrida chegando a navegar na quinta posição. Mas mais um toque de outro piloto no Porsche da Veloso Motorsport agravou os problemas vindos dos treinos e Patrick Cunha e Jorge Rodrigues foram atirados para trás acabando no 11º lugar, 5º da categoria GT4 Pro-Bronze. 

A estrear-se com a Veloso Motorsport, a dupla Luís Calheiros e Paulo Macedo estavam ao volante do segundo Porsche 718 Cayman GT4 e inscreveram-se na categoria GT4 Bronze. Nas qualificações, ficaram no 5º lugar na sua categoria para a primeira corrida e na 4º posição da grelha de partida entre os GT4 Bronze para a segunda manga. O violento despiste de Paulo Macedo, mais uma vez mais provocado por um toque de um adversário, deixou o carro de tal maneira afetado que não permitiu à Veloso Motorsport reparar o Porsche em tempo útil para a segunda corrida, pelo que a dupla de pilotos esteve ausente começando o ano com o pé esquerdo.

Alinhando a solo com o seu Porsche 997 GT3 Cup, José Posser também não teve a sorte do seu lado. Inscrito na categoria Cup, foi o segundo mais rápido da categoria na qualificação para a primeira corrida, repetindo o feito na qualificação para a segunda manga. À geral, se na primeira saiu da terceira fila da grelha de partida, na segunda deu um passo em frente e largou da quarta posição.

Durante a primeira corrida, João Posser envolveu-se em várias lutas que o foram empurrando para os primeiros lugares, chegando a andar por posições do pódio à geral e na liderança da categoria. Mas já na parte final e com os pneus algo desgastados, o piloto da Veloso Motorsport acabou por fazer um pião. Tentou regressar à pista e quando já estava no sentido correto da marcha, mas parado no meio da pista, acabou abalroado por outro concorrente, destruindo a lateral esquerda do Porsche. Era o abandono e com danos irreparáveis no carro, o fim da participação nesta primeira jornada do CPV.

Tempo de lamber as feridas, recuperar as máquinas e ter tudo pronto para a próxima jornada do Campeonato de Portugal de Velocidade que se realiza no Circuito de Jarama no mês de junho.